segunda-feira, novembro 13, 2006

inclusive

Se pudesse me definir agora, nesta terça-feira chuvosa escolheria aquela famosa palavra: Saudade.


Vou sentir saudade de mim, dos dois irmãos, do arpoador e do mate gelado.
Dos arcos da lapa, de subir de bonde em Santa, de fingir que sou hype pela Urca, vou sentir saudades da Prainha,
do rasta Hemp e até de Grumari.

Vou sentir saudades da minha rua, das ruas que eu passava, da vista linda da sacada da Beta, da casa da "família", do Odeon e seu Cine Cachaça, das subidas no Pão de Açucar, das poucas idas lindas às Paineiras, do Paço Imperial e da Livraria da Travessa.Da Rua do Rosário, do Bibi do Leblon, do BipBip aos domingos, dos dias lindos.

Vou sentir saudades do Delírio da Garcia Dávila, da esperança de cruzar com o Chico, e até das incansáveis Guanabaras...

Vou sentir saudades da Mangueira, de pegar a suntuosa Niemeyer, e até de chegar na Barra.

Da estação Uruguaiana e dos últmos funks atolados do Saara.

Vou sentir falta do cheiro sujo de Copacabana, das idas ao Forte, da Colombo do centro, do Cine Santa e do Mineiro, de ver passar o bloco das Carmelitas e evidentemente do baixo gávea.. Vou sentir falta das quintas e segundas, do Laerte e do Sorriso, do vendedor de amendoim, das meninas do chiclete, do Sergio Porto e o ilustre CEP, da subida ao Cristo, de mandar um beijo pra ele...

De encontrar tantas janelas que são molduras. Tantas fachadas- esculturas, tanta gente, gente mesmo.

Do samba no Macaco nem se fala, do Parque Lage pela manhã, das idas à estação Maria da Graça. Ah! Se vou.

O Largo do Machado pegando fogo, daquela casa no Cosme Velho, e principalmente os pontos energéticos da Pedra da Gávea.

Vou sentir,sim.

De pegar a chalandra no Itanhangá, de subir e descer pelo Alto da Boa Vista, das entradas na Joatinga.

Já sinto, inclusive.

Vou sentir saudade de atravessar a ponte, de chegar em casa acelerada, de andar de bike desvairada, da minha mochila verde, do Mundo Verde, e da Orquestra Imperial.

Do Rio Scenarium e do Arco-Íris, dos delirantes shows no meu querido Circo,
do Odisséia e da noite do samba no Teatro Municipal.

Já tenho saudades dO Ser Marinho, da tela do jockey-air e dos super eventos da Nanda.

Tenho saudade da dança do Ciranda. E das conversas bobas que jogamos fora..
Da euforia de algumas pistas, do Empório em outras línguas, daquele portão de ferro em laranjeiras, das havaianas brasileiras, do Leme, Macumba e Coqueirão.

Ah, mas eu vou mesmo!

Por isso decidi permanecer bem viva, só assim eu posso matar !

terça-feira, novembro 07, 2006

sois nóis

a prática da alma ensina mais que qualquer

os olhos na calma não mentem jamais

cílios não se escapam

o corpo guia esse bem que não sai

beleza macia

cheiro de mais

quinta-feira, agosto 31, 2006

som amor

conclui-se que:
eu mais você vezes nós mais um canto dividido por nosso discos multiplicado por nosso vinhos mais alguns papos soltos a raiz de nosso filmes vezes nossa vida.


O amor não dá pra contar

in stant

Me perguntaram sobre o belo
Logo pensei mas não respondi.

Belo...

Belo é o silêncio
que brilha
quando estamos cara a cara


Te vi

terça-feira, julho 18, 2006

Laifegoeson & os reis da conveniência

Love is no big truth
Driven by our genes,
we are simple selfish beings
A symphony that's you
Joyously awaking the ignorant
and sleeping.

sexta-feira, julho 14, 2006

La se foi

as curas se convém;

- Rita, você, que aparenta ser tão doce e dura,
o que traria de novo para o mundo agora?

- Eu? Tem certeza? Já passou da minha hora de responder perguntas.
Estou pelos olhares e gestos e pelo acaso da música.

- Mas Rita... tente falar algo novo, que quebre com nosso marasmo.
Esse vinho que não desce de tão seco. Essa tinta que não sai, enfim, volte a falar frases com sentido, não gosto de te ver tão destraída, descasada, fudida.


- Tá bom, ... Eu traria de novo para o mundo o maravilhoso dom de se tele-trans portar.

- Ai que sem graça, só essa utopia ridícula?

- Ok. Vou vou falar:

Vá você se foder!
como sempre quis te desejar.
Tome consciência da sua inquietação.
Não me chame mais pra passeios lúdicos, não reclame do meu jeito nem de minhas cenas mudas e "tal e coisa e coisa e tal".
Sou a coceira no teu ouvido, o espinho da rosa no centro da tua testa, e
mil outras coisas bonitas de se falar, sou teu tudo e teu nada. Entendeu?
Porque pouco me importa se não gostou.
Bem pouco me interessa o que vamos fazer a partir de agora..
saia cantando, se caia no mundo
no momento não é possível entrar no mar.
a cruzada é densa quando não há nada a cativar,
te vira.

Não gosto de vê-lo tão vazio.
Não tenho saco de te ocupar.

sexta-feira, maio 26, 2006

Te vi

eu que não sabia

aquele abraço me curou

deixou-me boba,
aquecida e solta.

isso que eu falo somente do abraço.
pois foi só o que tivemos.
ontem.

a minha cara de criança,
meus gestos sem medida,
todos os dias.

ve se não te assusta,
assimila.

quarta-feira, abril 26, 2006

Visita de avião

Eu via tudo do lado de cima,
formigas
salas limpas
quadri ângulos
várias cores
ondas lentas
tudo em movimento
sexo e retina
As nuvens,
brancas fumaças
ultrapassadas
esqueceram-se
do dom de molhar
e choveram
escondendo
pedras, sonhos
e o tal Rio.

para completar

Vivo de tudo que canta, vivo nada do que vive. te ouço em todo canto dentro de mim.
tudo que penso é pronto. sentido profundo e aguçado.
me encanto, desmembro e reviro de pensar no que me diz.
Da janela procuro,encontro amores medíocres pensando que sei um pouco de amar, verdade não há,
poesia é sim.
Fecho a porta, os olhos e volto a ouvir o que vem de encontro a mim e a ti.
Pensamento distante sonoro cativo o dourado dos olhos que eu nunca abri.
agradeço teu apreço,teu gosto devagar.
na cidade que moro caminho pensando em te ouvir tocar.
E assim desdobro o martelo do ouvido que bate sem dor
e renasce translúcido do mais puro sentimento que aquece e se transforma,
......................
( fill the blank)

ainda

Meu cabelo ainda não cresceu o tanto que eu queria,
Eu ainda não pago todas as minhas contas
Eu ainda não larguei totalmente a droga do cigarro
ainda não me sarei do jeito que minha alma merecia
ainda quero morar fora durante anos
ainda penso que posso ser melhor quando acordo
sou satisfeita, mas não gosto de gente conformada
sou impulsiva, mas me arrependo em segundos
reprovo intensamente qualquer culpa, mas ainda me consolo junto delas
agradeço sempre pelo o que tenho vivido
eu mando beijos pro Cristo!
ainda não entendo o proibido
ainda não sei como agir diante do que sou quando escrevo
não sei de muita coisa, mas sigo absorvendo
na verdade, eu falo pelos cotovelos
e não sei de nada mesmo.
sei que adorei te ver de branco,
e que prefiro trabalhar quando está chovendo.