terça-feira, novembro 29, 2005

ah tem.

tem um corpo estranho no meu corpo.

eu to com medo que ele peça uso-capião, sabe?
afinal são muito mais de 5 anos residindo livremente, com
liberdades estúpidas e convictas.

O c.e. não pergunta nada, vai usando, deitando, chegando mais perto
e se multiplicando.

defnitivamente, isso não significica que devo mantê-lo junto de mim.
fico braba, puta da cara e não posso negar que faz parte do meu conjunto.
tá acoplado.
mas vai sair antes de entrar na justiça.
eu já devia estar me protejando e documentando as ações do c.e.,
a complicação que ele causa na minha vida, na minha dança.

não posso esquecer que o meu corpo estranho adora cerveja.

outro dia, coloquei nele o apelido de Pança.

=.

tângrito.

tem um casal aqui no vão entre os prédios.
eles devem ser felizes.
espero. esperamos todos.
os dois - imagino que um homem e uma muher- pois ela
se comporta como a fechadura do calabouço e ele como a chave, grande.

agudos, graves, todos.

são gritos longos, curtos, cuspidos.
fazem 3 horas que, de 9 em 9 minutos, novos suspiros e intensidades ecoam.
não que eu esteja sentindo falta, ou preocupada com a vida alheia,
mas fico imaginando crianças sem sono ou velinhos que nem conseguiram dormir.
minha mãe certamente diria: Mas Rita, isto é um abuso!

ouvindo tamanho prazer, logo imaginei tantrismos,
mas nunca pensei que tantra poderia ser assim tão, mas tãoooo
histérico!!

om.

sábado, novembro 12, 2005

Rita grita no vácuo.

oi vazio.
alguém aí?

aqui também não,
apenas ecos no meu ego
tipo petit pois vazado
sem preto nem branco
tudo mesmo aos pedaços.

ando falando demais
dançando de menos
buscando quase nada
parando sem pensar
pensando sem dormir
fechando os olhos sem chave
vivendo de extremos
perdendo cabelos
cultivando rugas.

exagerando enquanto há tempo

sem qualquer reflexão.
nem mesmo sonora.

chora.
ninguém te escuta
nem você;
pobre rica rita.
na lira,
no sereno

a puta
sem postura.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Rita Lira foi ao Bar

chego em casa assim.
sempre assim.
é como uma ansiedade intempestiva.
sabe quando voce reclama da vida?
porque sabe o que não deve se repetir
e repete
e se repete...
inscessantemente,incompletamente.
o bem noscivo.
pra que me disseram que existe essa porcaria deliciosa
mal cheirosa
pervertida
esse acaso descasado
essa métrica desregrada
essa leveza tão pesada;
essa merda boa

de livre arbítrio.